Ver-te sorrir
É o que mais quero
E ver-te feliz
E ver-te bem
E ver-te bonita
Como sempre és
E ter-te por perto
Sempre que puder
E ver-te passar
E ver-te sonhar
E vir te visitar
Sempre que der
E ver-te nesse vestido
Tão mulher
E ouvir-te falar
E ouvir-te contar
Tuas histórias
E ver-te sonhar
E ver-te ao sol
E ao luar
E ver-te girar e girar
E desaparecer no salão
Para depois então
De súbito ressurgir
E me olhar e sorrir
E num giro rápido subtrair
Tua imagem de diante de mim
E ver-te brilhar e brilhar
Com esse teu brilho sem fim.
03/03/97 - Monday
sábado, 15 de agosto de 2009
1977
1977 foi um ano bom
Eu, recém chegado da cidade grande
Para morar numa cidadezinha do interior de Minas
A liberdade e o contato íntimo com a natureza
Foram as grandes diferenças
Havia muito mato
Muitas frutas silvestres
Às margens do rio
Onde hoje há muitas casas
As pessoas que eu conhecia
Eram jovens e crianças
Ou recém saídas da infância
Todos lutávamos por nosso espaço
Mas ninguém demonstrava assim tanto cansaço
Nossos sorrisos eram mais sinceros
Visto que o futuro não havia ainda sido descoberto
Não havia em nós assim tantas marcas
Nosso brilho era muito mais vivo
Não era assim tão opaco
Nossas vidas tinham muito mais vida
E nossos sonhos eram muito mais reais
E tudo o que era velho para muitos
Para nós era novo
E às vezes
Cheio de mistérios
Nossos caminhos
Mal haviam sido traçados
Por isso não seguíamos em nenhuma direção
Todos os dias
Traziam-nos o sol
A natureza
E a alegria
E meninos por mais um dia
Era tudo o que queríamos ser
Havia em nossos corações
Muito mais amor
E muito mais afeto
Fazíamos piquenique
Nadávamos nos rios
Brincávamos no mato
Cantávamos músicas
Acompanhados por violões
Brincávamos nas árvores da praça
Próximas aos trilhos do trem
Que não haviam ainda sido envenenadas pelos herbicidas
Sonhávamos ser tanta coisa
Olhávamos para o céu a noite
E não víamos constelações
Não víamos planetas
Tudo o que víamos eram estrelas
Das árvores antigas que marcaram nossa infância
Apenas aquela
No alto do morro
Onde fizemos piquenique
E a do Pau Brasil
No caminho do rio
Continuam a projetar sobre nós suas sombras
E de tudo isso
O que mais me dói
Não são essas marcas
Não é ter crescido
Não é o sonho
Não ter sido realizado
Não é nosso brilho
Que se ofuscou
O que mais me dói
É saber que 1977
Ficou a vinte anos atrás.
18/07/1997
Eu, recém chegado da cidade grande
Para morar numa cidadezinha do interior de Minas
A liberdade e o contato íntimo com a natureza
Foram as grandes diferenças
Havia muito mato
Muitas frutas silvestres
Às margens do rio
Onde hoje há muitas casas
As pessoas que eu conhecia
Eram jovens e crianças
Ou recém saídas da infância
Todos lutávamos por nosso espaço
Mas ninguém demonstrava assim tanto cansaço
Nossos sorrisos eram mais sinceros
Visto que o futuro não havia ainda sido descoberto
Não havia em nós assim tantas marcas
Nosso brilho era muito mais vivo
Não era assim tão opaco
Nossas vidas tinham muito mais vida
E nossos sonhos eram muito mais reais
E tudo o que era velho para muitos
Para nós era novo
E às vezes
Cheio de mistérios
Nossos caminhos
Mal haviam sido traçados
Por isso não seguíamos em nenhuma direção
Todos os dias
Traziam-nos o sol
A natureza
E a alegria
E meninos por mais um dia
Era tudo o que queríamos ser
Havia em nossos corações
Muito mais amor
E muito mais afeto
Fazíamos piquenique
Nadávamos nos rios
Brincávamos no mato
Cantávamos músicas
Acompanhados por violões
Brincávamos nas árvores da praça
Próximas aos trilhos do trem
Que não haviam ainda sido envenenadas pelos herbicidas
Sonhávamos ser tanta coisa
Olhávamos para o céu a noite
E não víamos constelações
Não víamos planetas
Tudo o que víamos eram estrelas
Das árvores antigas que marcaram nossa infância
Apenas aquela
No alto do morro
Onde fizemos piquenique
E a do Pau Brasil
No caminho do rio
Continuam a projetar sobre nós suas sombras
E de tudo isso
O que mais me dói
Não são essas marcas
Não é ter crescido
Não é o sonho
Não ter sido realizado
Não é nosso brilho
Que se ofuscou
O que mais me dói
É saber que 1977
Ficou a vinte anos atrás.
18/07/1997
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Uma Noite Sem Estrelas ou Natália
Uma noite sem estrelas
É como uma noite sem você
É uma noite de trevas
Onde nada se vê
É estar apenas por acaso
Sem nenhuma razão de ser
É estender o momento até a eternidade
É lutar e perder
É morrer de vontade
Sem se satisfazer
É sonhar com teu rosto
E nunca poder te ver
É procurar o prazer
E sentir sempre dor
É amar-te de verdade
E nunca ter teu amor
É passar pela vida
E dar pouco valor
É viver preto e branco
Num mundo sem cor
É andar a esmo e sozinho
É tropeçar em todas as pedras pelo caminho
É pisar em espinhos
É deixar de viver
É sonhar com você
Chegando bem devagarinho
Me dando todo o teu carinho
E isso nunca acontecer
06/07/97
É como uma noite sem você
É uma noite de trevas
Onde nada se vê
É estar apenas por acaso
Sem nenhuma razão de ser
É estender o momento até a eternidade
É lutar e perder
É morrer de vontade
Sem se satisfazer
É sonhar com teu rosto
E nunca poder te ver
É procurar o prazer
E sentir sempre dor
É amar-te de verdade
E nunca ter teu amor
É passar pela vida
E dar pouco valor
É viver preto e branco
Num mundo sem cor
É andar a esmo e sozinho
É tropeçar em todas as pedras pelo caminho
É pisar em espinhos
É deixar de viver
É sonhar com você
Chegando bem devagarinho
Me dando todo o teu carinho
E isso nunca acontecer
06/07/97
Pela Janela da Sala de Aula
Pela janela da sala de aula
Meu pensamento voa
Transpõe as montanhas
Chega até uma cidade...
Uma pequena cidade
E novamente
Quebra as barreiras do tempo
Voltando ao passado
Onde eu jamais poderei voltar
E pela janela da sala de aula
Vejo entrar meus amigos
Vejo entrar um rio de águas límpidas, claras e verdejantes
Vejo entrar a madrugada em que fomos á serra a pé
E também as noites em que ficávamos parados na esquina
Conversando até quase ao amanhecer
Vejo entrar o primeiro dia
Em que atuei como palhaço na escola
Vejo entrara garota que não consigo esquecer
Tocando um tambor na fanfarra da escola
Num dia de 7 de setembro.
Vejo entrar meus amigos...
É difícil esquecer
Pois os conheci brigando contra eles
Tudo me vem à memória
Pela janela da sala de aula.
23/03/1987
Meu pensamento voa
Transpõe as montanhas
Chega até uma cidade...
Uma pequena cidade
E novamente
Quebra as barreiras do tempo
Voltando ao passado
Onde eu jamais poderei voltar
E pela janela da sala de aula
Vejo entrar meus amigos
Vejo entrar um rio de águas límpidas, claras e verdejantes
Vejo entrar a madrugada em que fomos á serra a pé
E também as noites em que ficávamos parados na esquina
Conversando até quase ao amanhecer
Vejo entrar o primeiro dia
Em que atuei como palhaço na escola
Vejo entrara garota que não consigo esquecer
Tocando um tambor na fanfarra da escola
Num dia de 7 de setembro.
Vejo entrar meus amigos...
É difícil esquecer
Pois os conheci brigando contra eles
Tudo me vem à memória
Pela janela da sala de aula.
23/03/1987
Chuva de Meteoros
Deito-me na relva
Projeto meu olhar para o céu
E tudo o que vejo é a Via Láctea
Incomensuravelmente bela
Sinto a brisa da noite
O cheiro do mato
Ouço o barulho dos insetos noturnos
Milhões e milhões de estrelas no céu
Esqueço meu corpo
Esqueço meus sonhos
Sinto a noite tomando conta
Invadindo meu corpo
Correndo em minhas veias
Entrando em meus pulmões
Furtando-me a razão
Enquanto centenas de milhões de estrelas
Extasiam-me com seu brilho
Inesperadamente
Inopinadamente
Enquanto o planeta
Avança rumo ao quadrante sul
Um mensageiro das galáxias
Um mensageiro do universo
Presenteia-me com seu brilho
Projeto meu olhar para o céu
E tudo o que vejo é a Via Láctea
Incomensuravelmente bela
Sinto a brisa da noite
O cheiro do mato
Ouço o barulho dos insetos noturnos
Milhões e milhões de estrelas no céu
Esqueço meu corpo
Esqueço meus sonhos
Sinto a noite tomando conta
Invadindo meu corpo
Correndo em minhas veias
Entrando em meus pulmões
Furtando-me a razão
Enquanto centenas de milhões de estrelas
Extasiam-me com seu brilho
Inesperadamente
Inopinadamente
Enquanto o planeta
Avança rumo ao quadrante sul
Um mensageiro das galáxias
Um mensageiro do universo
Presenteia-me com seu brilho
Baratas
Baratas pela casa
Alvoroço geral
Ninguém consegue dormir
Com baratas passando por cima
Baratas voadoras
Com pernas cabeludas
Cruzando o quarto no escuro
Baratas com motor turbo
Um pega o chinelo
O outro pega a vassoura
As baratas são espertas
Algumas são mortas
Outras se escondem
Tirou-nos o sono
Mas vingança se aproxima
Pois todas serão mortas pela manhã
Com um poderoso inseticida
21/07/97 – 10:19 - Monday
Alvoroço geral
Ninguém consegue dormir
Com baratas passando por cima
Baratas voadoras
Com pernas cabeludas
Cruzando o quarto no escuro
Baratas com motor turbo
Um pega o chinelo
O outro pega a vassoura
As baratas são espertas
Algumas são mortas
Outras se escondem
Tirou-nos o sono
Mas vingança se aproxima
Pois todas serão mortas pela manhã
Com um poderoso inseticida
21/07/97 – 10:19 - Monday
Adeus
Estou morrendo, indo embora,
Estou deixando este mundo
Eu sinto, o sangue fugir de minhas veias, como se tivesse medo de mim
Sim, eu sinto. Sinto a fraqueza, pouco a pouco, tomando conta de mim
Sinto as batidas de meu coração enfraquecendo
Sinto meu tempo de vida se esgotando
Como a areia de uma ampulheta
Sinto frio, no corpo e na alma
Sinto um vento, alisando meu rosto
Tudo está tão cinza!
Posso sentir minha alma alçando vôo
As correntes que me prendem a esse mundo,
Finalmente estão sendo quebradas
A visão sumiu de meus olhos,
As minhas veias...
É como se a tinta da caneta houvesse acabado.
Estou deixando este mundo
Eu sinto, o sangue fugir de minhas veias, como se tivesse medo de mim
Sim, eu sinto. Sinto a fraqueza, pouco a pouco, tomando conta de mim
Sinto as batidas de meu coração enfraquecendo
Sinto meu tempo de vida se esgotando
Como a areia de uma ampulheta
Sinto frio, no corpo e na alma
Sinto um vento, alisando meu rosto
Tudo está tão cinza!
Posso sentir minha alma alçando vôo
As correntes que me prendem a esse mundo,
Finalmente estão sendo quebradas
A visão sumiu de meus olhos,
As minhas veias...
É como se a tinta da caneta houvesse acabado.
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